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Dani Balbi, eleita deputada estadual pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) com mais de 65 mil votos, concedeu uma entrevista ao site estadual do Partido.

Confira a entrevista na íntegra:

No cenário em que o conservadorismo segue forte no RJ e no Brasil, o que representa uma mulher trans, preta, comunista e da periferia ser eleita para a ALERJ? Como essa importantíssima vitória ajuda no combate à agenda reacionária que está em curso?

Nesse cenário de ascenso do conservadorismo, uma candidatura com essas características deve significar uma atuação incisiva contra todas as agendas de retrocesso que o bolsonarismo quer implementar. Por conta da qualidade da proposição e da nossa atuação na disputa pelo orçamento público, nós seremos uma mandata que se coloca contra o bolsonarismo. Representatividade é importante, mas para ter consequência prática deve partir do ponto de vista da atuação, do encaminhamento, da disputa de concepção, de projeto, de estrutura, de recurso. Nesse sentido, pensando em estruturação de políticas públicas para esses  segmentos e com uma visão classista, com certeza é algo que pode se contrapor ao reacionarismo.

 

Qual o tamanho da responsabilidade de ser eleita com mais de 65 mil votos?

Temos a responsabilidade de representar uma fatia grande do eleitorado fluminense que votou no nosso programa, que estava muito bem amarrado, falava de educação, de ciência, de cultura. Acho que a nossa maior responsabilidade é cumprir o nosso programa de campanha.

 

Quais serão as primeiras iniciativas do mandato?

Nosso foco inicial será em três iniciativas: 1) Revisão da legislação que estrutura a FAPERJ, aumentando de 2% para 3,5% da receita líquida destinada para essa instituição. Implementando, a partir disso, o programa de assistência estudantil às pós-graduandas, com foco especial nas mulheres negras e na população LGBTQIA+. 2) Aprovação da reserva de vagas para pessoas transexuais e travestis no âmbito do ingresso nas universidades estaduais. 3) Reserva de 2% da receita líquida do estado do Rio de Janeiro para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

 

Qual a importância de uma representação do PCdoB na oposição ao Governo Cláudio Castro na ALERJ?

O governo Cláudio Castro, depois da venda da Cedae e do desmantelamento do Estado, além do desinvestimento em áreas estratégicas como saúde, educação, ciência e tecnologia, vai aprofundar a gestão neoliberal. Nesse sentido, é importante que a gente tenha um contraponto ao neoliberalismo, pensando em uma agenda de desenvolvimento do estado, desde e revisão das concessões e das renúncias fiscais até os mecanismos de geração de emprego e renda para a industrialização, com o fortalecimento dos vínculos trabalhistas no Rio de Janeiro. Também é importante rever a terceirização no campo da saúde e da educação. É fundamental a disputa da concepção do Estado e a disputa de um programa de gestão pública que seja um contraponto ao aprofundamento do neoliberalismo já implementado no primeiro mandato de Cláudio Castro.