O Brasil é um país extremamente violento com as mulheres. Não apenas pelos inúmeros casos de feminicídio, violência obstétrica, violência doméstica e outras formas de abuso físico, mas também pelas violências política, simbólica, psicológica e de toda natureza. A violência é tão naturalizada que autoriza (ao menos em conversas privadas) discursos de ódio como os absurdos ditos por um parlamentar em uma fila de refugiadas de guerra na última semana. Absurdos parecidos são reproduzidos em palavras, ações e mesmo políticas institucionais todos os dias, e é tarefa de todas e todos que lutam por transformações combater o machismo e o patriarcado.
A presença de mulheres em maioria na bancada federal do PCdoB não é um golpe de sorte. O partido comunista, que completa 100 anos de história neste mês de março, decidiu por uma política de promoção de quadros femininos há décadas. Por isso, além de parlamentares destacadas, como as deputadas Jandira Feghali e Enfermeira Rejane, o PCdoB é presidido nacionalmente pela camarada Luciana Santos e conta com a contribuição de prefeitas, vereadoras, lideranças jovens, comunitárias, sindicais e sociais em suas fileiras.
Embora esses espaços sejam muito importantes, as conquistas que alcançamos não podem embaçar nossa visão crítica. Ainda é muito pouco, temos muito o que avançar no PCdoB e muita pressão a fazer por avanços no país. Por isso convocamos cada mulher que se indigna diante de injustiças para se somar à nossa luta, precisamos de Mais delas na política, chamada da nossa campanha por maior participação feminina na política (siga @maisdelasnapolitica nas redes sociais). Mulheres diversas, de muitos lugares e realidades, mulheres negras, indígenas, mulheres do povo, trabalhadoras, mulheres cis, trans, hetero e LBT, pois todas essas vozes precisam ser amplificadas.
Neste 8 de março queremos dar destaque às mulheres que lutam, àquelas que constroem cotidianamente um Brasil mais justo, solidário e democrático em suas casas, em seus trabalhos, na luta social, na resistência à violência policial nas favelas, na batalha diária contra a fome e o desemprego. Em tempos de ódio, misoginia escancarada e violência crescente, marcamos posição firme contra projetos políticos que ameaçam a vida e a esperança das mulheres em dias melhores: Fora Bolsonaro e Fora Cláudio Castro!
Às camaradas que constroem o PCdoB em cada município do Rio de Janeiro: que a luta de cada uma faça florescer a esperança de um Brasil livre, próspero e democrático neste 2022. Parabéns pela sua luta neste dia internacional das mulheres.
Rio de Janeiro, 08 de março de 2022
João Batista Lemos
Presidente do PCdoB-RJ