A professora Lívia Miranda é a candidata do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) à prefeitura da cidade de Petrópolis. O Partido, que lançou candidaturas próprias em 14 municípios do estado, decidiu mostrar sua cara própria, apresentar suas propostas, e fortalecer sua identidade em Petrópolis, uma das cidades mais importantes da Região Serrana do Rio de Janeiro.
Lívia Miranda participou da série de entrevistas do Portal PCdoB-RJ e respondeu algumas perguntas, destacando as suas propostas para o município de Petrópolis.
Confira a entrevista com a candidata do PCdoB na íntegra:
1) Qual sua avaliação da atual gestão da prefeitura da sua cidade?
A atual gestão abandonou a cidade. Todas as comunidades relatam problemas nos postos de saúde, na condição das ruas, que estão cheias de buracos; o transporte urbano, com tarifa elevada e péssimo serviço com superlotação dos coletivos e muitos outros problemas, como falta de transparência na gestão dos recursos públicos.
Destacamos também que a atual administração municipal penalizou as servidoras e os servidores públicos municipais com a suspensão do reajuste salarial, de modo que a remuneração mensal desses trabalhadores segue defasada durante anos.
Especificamente, em relação à educação pública municipal, temos na rede um número enorme de trabalhadoras e trabalhadores contratados sob o regime de RPA (regime de pagamento de autônomo), o que precariza a relação de trabalho. Isso sem contar a péssima condição arquitetônica das unidades escolares e o desrespeito ao plano de cargos, carreiras e salários dos servidores.
Enfim, a cidade está abandonada em todas as áreas que envolvem os serviços públicos essenciais e tudo isso torna a vida da petropolitana e do petropolitano ainda mais difícil.
2) Por qual razão decidiu se candidatar ao cargo de Prefeita?
A candidatura é fruto do meu envolvimento com os movimentos sociais de defesa da Educação Pública e, também, por ser militante de base do sindicato, defendendo os direitos de trabalhadores e trabalhadoras da Educação. Além disso, também faço parte do coletivo que luta pelos direitos das mulheres e por defender a participação da mulher na vida política da cidade. Também sou militante da UNALGBT, que luta pelos direitos das pessoas LGBTIA+.
Toda essa atuação me forma o entendimento de que a política deve ser feita a partir de uma lógica coletiva e não pela lógica do negócio. Por isso nossa candidatura se coloca no enfrentamento da desigualdade social e econômica, em que propomos uma administração pública que gere emprego, distribua renda e faça de Petrópolis uma cidade justa, inclusiva e democrática.
Defendemos pessoas comuns na política com uma chapa de candidatas e candidatos à vereança totalmente de trabalhadores, pois são mulheres e homens que se colocam à disposição de cada petropolitana e petropolitano para formar uma câmara de vereadores renovada e comprometida com as lutas do povo.
3) Qual o maior desafio que terá de enfrentar se eleita prefeita?
Como a cidade foi abandonada durante todos os anos do governo, existe uma urgência por geração de emprego, atendimento digno na saúde pública, na mobilidade urbana e na garantia de retorno seguro das aulas no ano de 2021. Portanto, o maior desafio será articular todas essas demandas com um orçamento restrito por conta da crise que o município enfrenta há anos.
4) Quais são as suas propostas para as áreas de Saúde e Educação, temas que sempre são importantes para os municípios e para a vida das pessoas?
Em relação à saúde, sobretudo neste momento de pandemia, podemos observar o quanto é necessário defender o investimento na saúde pública, na formação e na garantia de direitos das trabalhadoras e trabalhadores da área. Por isso, defendemos a proposta de ampliação do atendimento da estratégia de saúde da família, porque isso significa atuar na proteção da vida das pessoas através da política de prevenção. Afinal de contas, pensar a saúde não é só cuidar de quem está doente, mas também oferecer serviços de qualidade e condições para que as pessoas não adoeçam.
A Educação é um pilar do nosso programa, dado que eu sou professora do chão da sala de aula há mais de 12 anos. Por isso, posso afirmar o quanto sofremos nos anos recentes com a desvalorização profissional, a falta de estrutura nas escolas e a dificuldade de acesso. Por exemplo, com as enormes filas para matrícula nos CEIS, o que causa insegurança nas famílias, principalmente nas mães que precisam trabalhar. Neste sentido, uma das nossas propostas consiste em construir um centro de educação infantil em cada comunidade. Com vontade política, entendimento das necessidades das pessoas comuns e articulação das demais propostas do nosso programa, isso é possível.
5) Qual será sua primeira medida como prefeita?
Nossa primeira medida será a imediata realização de concurso público. No nosso entendimento, são as servidoras e servidores públicos que garantem a continuidade das políticas públicas, por isso, essa é a proposta fundamental para oferecer às petropolitanas e petropolitanos atendimento dos serviços públicos como Saúde e Educação, por exemplo.