Vanja Santos, presidente da UBM iniciou os trabalhos do Congresso e afirmou que é um momento de muita luta para a unidade das mulheres “Esse momento, é um momento de unidade das mulheres para enfrentar esse momento tão difícil pro Brasil, mas nós vamos enfrentar é com força, é com alegria, é com unidade e é com união. Nós apresentamos o nosso manifesto, em que as duas entidades se prepararam para esse momento que se unifica”, disse.
As mulheres presentes ressaltaram a “força da unidade das duas maiores e mais antigas entidades nacionais de Mulheres do Brasil (35 anos)”. Segundo o manifesto, a unificação acontece num momento de “indignação do povo brasileiro com o desemprego, com a carestia de vida, com o desmonte dos serviços públicos e a paralisação dos investimentos do Estado em estruturas fundamentais para as mulheres e suas famílias como creches, escolas, moradias, saneamento, é resposta veemente ao desgoverno Bolsonaro”.
“UBM e CMB se unem e conclamam mais mulheres a se integrarem nessa luta em defesa da Democracia, da Vida e da Reconstrução de um Brasil Desenvolvido e Soberano!”, ressalta o documento de unificação.
NOVA PERSPECTIVA
“Estamos construindo uma nova perspectiva para o fortalecimento da luta das mulheres por direitos no Brasil. Unir é intensificar o sonho de um mundo de igualdade, fortalecendo a luta diária para essa construção. Derrotar o fascismo e recolocar o Brasil de volta na trilha do desenvolvimento e da reconstrução de direitos: isso nos mobiliza e nos dá a certeza de que a unificação é o caminho a ser percorrido por essas entidades de militantes aguerridas”, continuou.
Da mesma forma, Glaucia Morelli, presidente da CMB afirmou que a unificação das entidades era um momento muito esperado e um momento de emancipação das mulheres.
“Esse é um dia muito esperado, foi construído durante dois anos, por muitas mãos maravilhosas. Mas nós conseguimos, com todas essas mãos de coragem, de firmeza, de audácia, que colocou muita esperança no coração de muita gente e estamos aqui para emancipar as mulheres e emancipar o Brasil. Nós não queremos pouco não, nós queremos as mulheres soberanas e o Brasil soberano”, disse.
A presidente da CMB, afirmou que o Congresso de Unificação “soma forças à luta de nosso povo para libertar o Brasil do desemprego, da fome e do entreguismo representado pelo ultra serviçal e antidemocrático Bolsonaro e do bolsonarismo que não tem olhos nem ouvidos para tamanho sofrimento”.
A diretora da UBM, Angela Albino, recebeu um agradecimento especial de Glaucia Morelli, que assume a vice-presidência, por sua atuação no processo de unificação das entidades.
“Este é um dia muito esperado. Foi construído durante dois anos por muitas mãos maravilhosas e eu quero agradecer um par de mãos, com muito carinho e muito amor, que é a querida diretora da UBM, Angela Albino. Se não fosse essa mão afetuosa, segura, timoneira, hoje seria muito difícil a gente estar aqui. Mas todas conseguimos, com todas essas mãos de coragem, de firmeza, de audácia, que colocaram muita esperança no coração de muita gente. Estamos aqui para emancipar as mulheres e emancipar o Brasil. Nós não queremos pouco, não. Nós queremos as mulheres soberanas e o Brasil soberano”, afirmou Glaucia.
Fundamental para o processo de integração Angela Albino, que integra a diretoria e coordenou o processo até agora, considerou o congresso vitorioso. “Esta direção unificada terá o importante papel de orientar as lutas das mulheres para derrotar Bolsonaro em 2022 e construir o Congresso de 2023 para aprovar o novo estatuto da entidade”, declarou.
Luta das mulheres sai fortalecida com a unificação, defende Luciana
A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, também deu sua contribuição para o congresso e afirmou que a unificação é um marco, onde a luta só se fortifica com a junção das entidades, o mesmo que ocorreu no movimento sindical e no próprio partido.
“Esse momento de unificação das entidades é um marco, onde considero fundamental para a luta das mulheres no Brasil porque nós estamos reunindo o que há de melhor nessa luta que é estratégica, que tem uma dimensão revolucionária, pela importância estratégica que se essa luta tem. Então eu fico muito feliz de saber que nós estamos hoje realizando um feito extraordinário. Eu fico feliz com esse congraçamento, que eu considero muito, onde é um exemplo do que nós fizemos com as nossas centrais sindicais, e isso significa que é uma consequência desse grande fato político que aconteceu em 2019 com a unificação do PCdoB com o PPL na condução do nosso saudoso Sérgio Rubens e que com isso teve um feito extraordinário, que é agregar um valor na luta política brasileira”, disse.
“No momento em que nós precisamos enfrentar o fascismo, um retrocesso inimaginável no Brasil não poderia ter algo tão bem-vindo como foi esse processo em que nós estamos hoje, todos na mesma corrente revolucionária, isso é uma consequência de algo maduro que não foi feito a todo custo, muito pelo contrário, foi feito com muito debate, no plano das ideias, porque afinal é por aí que a gente fortalece a nossa perspectiva e a nossa luta que é tão vigorosa no mundo e no Brasil”, completou Luciana.
Márcia: Brasileiras terão papel derradeiro na vitória contra Bolsonaro
A secretária nacional de mulheres do PCdoB, Márcia Campos, afirmou que o congresso de unificação da UBM e CMB é um momento muito importante pelo qual as mulheres construíram para a luta das mulheres pelos direitos e pela derrocada de Bolsonaro (PL).
“O fascista Bolsonaro que se cuide, porque as brasileiras, cada uma de vocês tem um papel derradeiro nesse momento do Brasil. Em nome de toda essa frente política que está se unindo nós vamos ter certeza que nós hoje estamos dando um grande passo pra ajudar essa história a mudar, ajudando o Brasil a ficar do jeito que o povo precisa, com emprego, salário igual para trabalho igual, com creche, com moradia, com saúde, com educação, com tudo que nós precisamos e pra isso, viva a unificação dessas guerreiras, na CMB e UBM”, disse.
“Um Brasil onde as mulheres têm nas veias um sangue com cor verde e amarelo, ser brasileira é ser determinada, ninguém pode com as mulheres. E quando mulheres se unem, aí sim, o nosso país vai voltar a sorrir. Fora Bolsonaro! Viva as mulheres brasileiras!”, continuou Márcia.
Unidade será chave para emancipação das mulheres da classe trabalhadora, diz Manuela
A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) afirmou em sua fala que a união das entidades vem no momento certo para a luta das mulheres pela unidade contra o sucateamento das políticas públicas e os desmandos da política bolsonarista com o povo.
“Que alegria participar desse congresso que celebra a união, a unidade entre a UBM e a CMB. Nós sabemos que vivemos tempos muito difíceis e quando os tempos são difíceis e os governos diminuem políticas públicas, diminuem o tamanho do Estado, nesses tempos, as mulheres vivem de maneira ainda mais precarizada. Se toda classe trabalhadora sofre com a diminuição de políticas, são as mulheres, aquelas que primeiro percebem a diminuição do Estado, o sucateamento das políticas públicas e a inexistência de empregos que bem remuneram”, disse.
“É por isso que a nossa unidade é chave nesse momento, para que juntas, nós lutemos por um novo projeto de desenvolvimento nacional, mas que nós sejamos a voz firme, a ponta de lança como dissemos, pra reafirmar que esse projeto só será justo se enfrentar as desigualdades estruturais do nosso país. E nós sabemos que a questão de gênero, assim como a questão de raça no nosso país, estruturam as desigualdades econômicas. É por isso que estarmos unidas é motivo de festa, é motivo de celebração, porque a unidade será chave da nossa vitória, será a chave das conquistas que garantirão a emancipação das mulheres da classe trabalhadora do nosso país”, continuou Manuela.
Olívia Santana: “Unidade trás potência para o feminismo”
A primeira deputada estadual negra e presidente da Comissão de Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa da Bahia, Olívia Santana (PCdoB-BA) afirmou que é um momento de fortificação das entidades na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
“Saúdo o congresso de unificação da CMB com a UBM. Essa fusão é muito importante, é a fusão que traz mais potência para o feminismo emancipacionista antirracista, o feminismo anticapitalista e internacionalista. Não tenho nenhuma dúvida que o feminismo qualifica a democracia, não é possível pensar numa sociedade democrática sem a perspectiva feminista. E nós, que somos socialistas, sabemos muito bem que a UBM agora ficará muito mais potente e acenderá as cores de uma sociedade justa e igualitária”, disse.
Unificação é um processo de maturidade política, destaca Jandira Feghali
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ressaltou, em mensagem enviada ao congresso, que são as mulheres que “mais do que ninguém sofrem na pele, no corpo, no psicológico, na vida real e no ambiente familiar os impactos do que hoje sofre o Brasil”.
“Por isso mesmo as mulheres protagonizam muitas lutas, lutas duras, difíceis no dia a dia, na busca da sustentação da sua vida e da vida também dos seus filhos, onde mais de 40% são chefes de família e por isso também elas são protagonistas das pesquisas de apoio ao Lula, que é hoje, quem personifica a esperança da virada, a esperança da mudança, e são as mulheres que vão liderar essa mudança”, destacou.
“Eu sei que neste congresso de unificação de duas entidades que tem história, a UBM, a CMB, esse congresso não é apenas o sinal necessário, não é apenas uma alegria, mas é um sinal de grande maturidade política. Por isso, eu quero homenagear essa unificação, por isso eu quero homenagear essas mulheres que lideram esse processo, por isso eu quero homenagear este momento. Porque essa unidade que está ocorrendo neste congresso é uma unidade que significa um salto à frente, um salto importante, uma requalificação dessa luta e desse momento que nós estamos vivendo”.
“Essas mulheres que lideram, que unificam, que conhecem o trabalho vivenciado por décadas dessas duas entidades, sabem o quanto é fundamental que a gente unifique e que a gente conduza, lidere processos nesse momento de tanta necessidade de sustentar a democracia, sustentar essa virada”.
Segundo Jandira, será construída “uma pauta para garantir com que as mulheres vão cada vez mais superando a desigualdade, superando limites e fazer com que esta agenda fundamental das mulheres do campo do trabalho, da saúde, da não violência, no campo do desenvolvimento, da oportunidade, no campo da superação da fome, da carestia e principalmente a gente respirar outro Brasil, de um projeto nacional de desenvolvimento sustentável, onde as mulheres sejam protagonistas da sua própria história é tão fundamental e importante”.
Rosanita: “Unidas, nos fortalecemos para derrotar Bolsonaro”
A presidente do Instituto Cláudio Campos e membro do comitê central do PCdoB, Rosanita Campos, disse que é uma grande iniciativa das entidades a junção para reunir, fortalecer as lutas das mulheres pelo país e pela derrocada de Bolsonaro.
“Eu quero saudar a todas as companheiras aqui participantes pela grande iniciativa, pela sábia decisão de juntar, reunir e fortalecer as duas mais importantes entidades feministas do nosso país. O Brasil é grande, precisa de entidades fortes, de mulheres fortes, capazes de levar adiante a nossa luta”, disse.
“Quero que a gente fique ainda mais forte, mais unidas, para derrotar Bolsonaro, pra tirar o nazifascismo do governo do nosso país, para fazer um governo onde a gente possa desenvolver o nosso país, retomar o crescimento econômico e a participação política e social das mulheres, porque precisamos mais mulheres na política, precisamos eleger mais mulheres, precisamos fazer deste Brasil um país mais democrático e mais feminino”, concluiu Rosanita.
Momento de maturidade do movimento de mulheres, destaca Vanessa Grazziotin
A ex-senadora e pré-candidata à Câmara dos Deputados Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falou que o momento é histórico para as entidades, de somar forças neste ano para tirar Bolsonaro da presidência.
“Nós temos um grande desafio que é tirar o governo das mãos desse genocida, desse misógino, desse homofóbico, e mais, tirar o governo das mãos desse que está destruindo o patrimônio brasileiro, e destruir o patrimônio não é apenas destruir as nossas empresas, mas é destruir o próprio povo brasileiro, que está batendo nas portas da miséria a cada dia. Voltamos não só pro mapa da fome, como o aumento do número de miseráveis, e eu não preciso dizer aqui que somos nós as mulheres as que mais sofrem”, disse.
“Eu quero apenas homenagear a todas presentes neste congresso, frente a construção dessa nova entidade quero desejar a vocês muita lucidez, muita maturidade, muito compromisso e muita disposição para movimentar esse segmento muito sofrido sociedade, mas apesar desse sofrimento, é um segmento que cada vez mais vai se mostrando mais consciente. Viva o nosso feminismo emancipacionista popular, viva esse processo democrático de 2022, viva o nosso posicionamento. Teremos um novo presidente, teremos a nova esperança de volta e precisamos trabalhar para ter cada vez mais mulheres na política”, concluiu.
Vamos derrotar o governo mais sexista, misógino, machista da nossa história, disse Randolfe
Da mesma forma, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que é necessário o fortalecimento da luta das mulheres pelos direitos, reafirmando as condições do país, que é muito machista, misógino e sexista. O senador afirmou que a luta das mulheres pelo feminismo é uma luta pela igualdade.
“Nunca, os direitos das mulheres, desde a redemocratização, desde a constituição de 1988, estiveram sob tanta ameaça, do que na atualidade sobre esse governo sexista, machista, misógino de Jair Bolsonaro. Na verdade, a estrutura da formação do estado brasileiro sempre pressupôs o preconceito e a segregação de todo tipo de participação social e política das mulheres. A luta por uma sociedade feminista é na prática, a luta pela sociedade de igualdade, porque só o feminismo significa e representa a verdadeira declaração de amor a toda humanidade”, disse.
“Nós estamos juntos, diante de um desafio histórico para o nosso país e para todas mulheres, derrotar o governo mais sexista, misógino, machista da nossa história. Um governo de machos escrotos no pior sentido da expressão, no pior sentido da palavra. E é um governo que se caracterizou em intimidar os direitos de todas as mulheres deste país. Que este congresso seja o marco da unificação da luta por um Brasil melhor. O Brasil só poderá ser melhor se for feminista, solidário para todas as mulheres e para todos os brasileiros”, concluiu Randolfe.
O congresso contou também com a presença na abertura do evento da vereadora de Porto Alegre (RS), Daiana Santos (PCdoB); da secretária de Estado de Políticas para Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira; da vice-presidente da CMB, pesquisadora da Ensp/Fiocruz e membro do comitê central e do Fórum de Mulheres do PCdoB, Conceição Cassano; da ex-deputada federal e presidenta do PCdoB de Santa Catarina Angela Albino; do presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto; da secretária de Mulheres do PCdoB do Rio de Janeiro, Ana Rocha; da liderança sindical e membro do comitê executivo da Confederação de Trabalhadores do Brasil (CTB), Maria Pimentel e do presidente da União Nacional LGBT, Andrey Lemos. Além disso, durante o dia, foram exibidos vídeos de saudação ao congresso do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), do deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE), do senador Paulo Paim (PT-RS), senadora Simone Tebet (MDB-MS), da vereadora de Natal (RN), Julia Arruda (PCdoB), do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) Ricardo Patah, do presidente da Força Sindical Miguel Torres, da presidente da Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) Flávia Calé, do coordenador do movimento Direitos Já! Fernando Guimarães e do presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) Vilson Romero.
*Reprodução: site Hora do Povo