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Eleições de outubro, a mãe de todas as batalhas, deve ser enfrentada com garra e unidade no Brasil e no estado do Rio de Janeiro

  1. 100 anos florescendo a esperança da classe trabalhadora na luta por condições dignas de vida. Assim o PCdoB completou seu centenário, em 25 de março, inaugurando o que já se apresenta como uma nova tradição: a realização de um belíssimo festival que celebrou a cultura e a política como vias de conquista de dignidade e realização de potencialidades na cidade onde foi fundado, Niterói. Ainda mais simbólica foi sua realização no Caminho Niemeyer. Diverso, amplo e colorido, o Festival Vermelho se inspirou em grandes festivais de partidos comunistas do mundo como a Festa do Avante! (Portugal), a Fête de L’Humanité (França) e a Fiesta de Los Abrazos (Chile) e envolveu participantes de todo o país em uma programação com shows, espetáculos teatrais, feira cultural, gastronômica e literária, exposições, seminários, lançamento de livros, debates, mostra de cinema, expressões da cultura popular, da juventude e dos mais diversos segmentos sociais e culturais. Construído sob a coordenação da nossa vice-presidenta nacional do partido Jandira Feghali e com grande dedicação da direção do Comitê Municipal de Niterói, ressaltamos a animada mobilização dos mais de 900 militantes do estado do Rio de Janeiro ao Festival Vermelho;
  2. Coroando esta bonita celebração, que marcou também o centenário da Semana de Arte Moderna, o festival teve como ápice um ato político mobilizado e bastante amplo, contando com a participação de lideranças como o ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, os pré-candidatos ao governo do estado Marcelo Freixo e Rodrigo Neves, além de lideranças políticas nacionais e locais do PT, do PSB, do PV, do PSOL e de diversos movimentos sociais, além, é claro, das aguerridas lideranças e militância do próprio PCdoB. “Se eu voltar, vou ter que fazer mais e melhor do que fiz na primeira vez”, disse Lula durante o ato. Afirmando compromissos como incluir o povo pobre no orçamento e recuperar a dignidade e a soberania do Brasil a partir de um plano de recuperação do país, com um pacto federativo, Lula animou a militância para enfrentar a dura batalha que se aproxima.

A mãe de todas as batalhas

  1. Toda eleição tem sua importância histórica, mas o pleito de 2022 marca uma encruzilhada histórica, em que o país decidirá entre permanecer em um rumo que está nos conduzindo à barbárie, com aumento da extrema pobreza e piora de todos os índices de desenvolvimento econômico, social e humano, ou retomar a construção de um projeto nacional voltado à garantia de dignidade e trabalho decente ao conjunto do povo brasileiro, que preza pela reconstrução da nossa autoestima enquanto povo e do nosso papel soberano enquanto nação;
  2. A polarização, no atual cenário, está dada, representada por Lula versus Bolsonaro. Parte das elites  financeiras e alguns setores liberais, com seus aparatos midiáticos, ainda insistem em uma terceira via. Em um quadro de agravamento da situação econômica, social e política, e de grande retrocesso civilizacional, a novidade que representa a Federação, do nosso campo até agora composta pelo PCdoB, PT e PV fortalece a luta em defesa do povo e da democracia, porque tem condições de unir partidos de bases populares em torno de um Programa de Salvação Nacional, liderado pela maior liderança operária da história do Brasil, que expressa os sentimentos mais positivos e saudosos das massas populares, o ex-presidente Lula. Entretanto, pelo nível desta batalha, não se pode subestimar o inimigo de classe. Portanto, precisamos da Federação como núcleo mais estratégico e da Frente Ampla do ponto de vista tático para construir uma nova maioria política;
  3. Referências da cultura e das lutas populares se mobilizam pelo #ForaBolsonaro: artistas do mundo pop e presidentes de entidades estudantis convocam a juventude a tirar o título de eleitor para tirar Bolsonaro, bandas e artistas manifestam seu apoio político a Lula em festival de repercussão internacional, movimentos populares e de direitos civis realizam plenárias, mobilizações e encampam lutas em defesa de seus direitos e contra o atual presidente. Entretanto, do outro lado, os ocupantes do Planalto se utilizam abertamente da máquina para aproximar parlamentares do centrão, enfrentam escândalos de desvios vultosos de verbas que estariam sendo utilizados para amarrar apoios de diversos setores, com acusações inclusive de envolvimento com milícias, buscam lideranças religiosas afinadas com seu projeto político e contam com apoio de setores financeiros e até de parte da grande mídia, que retoma a falácia de que seria “uma escolha muito difícil”, conforme o tom de editorial do Estadão desta semana.

 

Desafios do estado 

  1. No estado do Rio de Janeiro a luta não será menos dura, pelo contrário. Berço do bolsonarismo e um dos maiores colégios eleitorais do Brasil, enfrentamos um quadro difícil. A pesquisa Quaest desta semana indica empate técnico entre Lula e Bolsonaro no estado e aponta Cláudio Castro em primeiro na disputa para o governo estadual, seguido de Marcelo Freixo, portanto um quadro de dificil polarização também para o governo do Estado.  Neste sentido, reafirmamos a linha da última resolução política do partido:
  2. “Aqui no Rio de Janeiro, o atual governador, Claudio Castro (PL), firma-se como a alternativa conservadora, alinhada ao projeto bolsonarista. Seu governo, tem dado continuidade à necropolitica que vitima sobretudo a população jovem, negra e periférica. Também não apresenta alternativas para a retomada do desenvolvimento e a superação da grave crise que assola o estado. Entretanto, é um adversário que não deve ser subestimado, pois é sustentado por um amplo leque de forças, que detém alta capilaridade e conta com o apoio declarado da ampla maioria dos prefeitos do estado”. O governo Cláudio Castro é marcado por grande desestrutura institucional e não apresenta qualquer projeto estratégico para o estado, aderindo aos programas do governo federal em um leque de alianças que vai da extrema direita à centro-direita;
  3. As consequências do bolsonarismo em nosso estado se expressam, entre outros fatores, no enfrentamento à pandemia. Depois de mais de 600 mil mortes no país, graças à robustez do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua competência para conduzir uma campanha nacional de vacinação, chegamos a cerca de 80% da população com esquema vacinal completo no país. O desafio do momento é a vacinação de crianças a partir de 5 anos de idade, sendo que uma nova onda de fake News produzidas pelo gabinete do ódio coloca dúvidas em parcela da população e atingem em cheio o nosso estado. De acordo com dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), até a primeira semana de fevereiro apenas 10% do total do público infantil do estado havia recebido o imunizante, enquanto 20,2% das crianças brasileiras já haviam recebido a primeira dose da vacina. A capital lidera os esforços de vacinação, mas ao terminar a primeira etapa da campanha, escalada por faixas etárias, nem 50% das crianças haviam sido vacinadas ainda. Tal cenário demonstra o impacto muito direto e nefasto da ação política de Jair Bolsonaro sobre a população;
  4. Agravando este quadro, sofremos o flagelo social causado pela falta de estrutura das cidades diante de fortes chuvas. A tragédia em Petrópolis, que ceifou a vida de mais de 240 pessoas e derrubou a casa de centenas de famílias, em dois temporais seguidos e a fortes chuvas que causaram mortes e desabrigados em várias regiões do estado (14 mortes na Costa Verde e cerca de 600 desabrigados na Baixada, sendo quase 300 em Belford Roxo e 321 em Nova Iguaçu), são o triste produto da combinação entre degradação ambiental, desigualdade social  e econômica, habitação precária, especulação imobiliária e o desmonte dos investimentos estatais e das políticas públicas, cujo peso recai sobre as costas da população fluminense, em especial sobre as massas populares. Essa situação alerta para a demanda urgente por um projeto de desenvolvimento urbano e ambiental com infra-estrutura, transparência e investimentos que garantam moradia, saneamento e segurança no estado do Rio;
  5. A polarização dada em nível nacional e no Estado do Rio de Janeiro, desta vez com relativa perspectiva de vitória, com Lula à frente, pode transformar-se em um desaguadouro da insatisfação popular. Sem subestimar o nível da luta, consideramos viável a construção de uma vitória do campo progressista na disputa pelo governo do estado. Para tanto, é urgente superar a dispersão de forças no nosso campo. Do lado de cá, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) é o que melhor pontua nas pesquisas e tem o apoio de Lula; seguem no pleito ainda o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) e o ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz (PSD), que tem o apoio do prefeito da capital, Eduardo Paes. Rodrigo Neves e Felipe Santa Cruz “anunciam” que pretendem somar forças, mas esta aliança ainda não se concretizou em uma candidatura única. O diretório do PT decidiu pelo apoio a Marcelo Freixo para governador e André Ceciliano para senador.  O esforço do PCdoB é promover uma unidade de todo o campo, ainda no primeiro turno, utilizando, particularmente, a composição da chapa majoritária.

Eleições parlamentares

  1. Além de garantir vitórias nas eleições majoritárias, o povo brasileiro e a população fluminense têm o desafio de eleger parlamentares que contribuam para a reconstrução do Brasil, a retomada do emprego e do investimento em políticas públicas como de educação, saúde, segurança pública, cultura, meio ambiente, combate a discriminações de gênero e raça, reforma urbana e agrária e incidência decisiva na revogação de reformas neoliberais do trabalho e previdência no nível do parlamento nacional. O cenário atual é do Congresso Nacional mais conservador da história e liderado pelo centrão, campo político sem projeto de país e mobilizado por interesses clientelistas. Na ALERJ o campo progressista também é minoria. Precisamos colorir a ALERJ e a Câmara dos Deputados e deputadas do povo, aumentando a representação de mulheres e garantindo parlamentares comprometidos com a luta do povo;
  2. Diante deste quadro desafiador, nossa abnegada militância deve articular a mãe de todas as batalhas, as eleições de outubro, com as lutas imediatas em curso, nas ruas e nas redes sociais, nos territórios contra a carestia de vida. Manifestando-se, diante de todos os desmandos do poder público e do poder paralelo em todos os aspectos da vida social, por melhores condições de vida, pelo direito e valorização do trabalho, contra qualquer tipo de discriminação social. Nossa militância deve organizar os comitês das pré-candidaturas, zelar pela unidade e coesão partidária em torno de nosso projeto eleitoral.

 

 

 

  1. Em um cenário de federação, nossa estratégia será de concentração. O projeto do PCdoB no RJ será lançar um número de candidaturas que contribua para a chapa, mas que garanta duas lideranças na Câmara Federal, sendo que a prioridade se traduz em:
  1. I) Lutar para reeleger a deputada Federal Jandira Feghali;
  2. II) Lutar para eleger a Enfermeira Rejane de Almeida deputada federal;

III) Para a Assembleia Legislativa, contamos com duas candidaturas prioritárias do mais alto comprometimento partidário e liderança popular:  Dani Balbi e Leonardo Giordano;

  1. IV) Contamos com o comprometimento de outras e outros camaradas que estão sendo convocados a contribuir com a cesta de votos da chapa da Federação e reforçarem nossas dobradinhas. Este projeto poderá sofrer alteração na medida de examinarmos de forma minuciosa a composição final da chapas para o parlamento federal e o estadual da Federação, mas já temos nomes apontados para debate pela executiva estadual:

Deputado Federal:

– Assis, do comitê de Belford Roxo

Deputados(as) estaduais:

– Lilian Behring, pres. COREN

– Oto (Araruama, presidente da FETAG)

  1. A janela partidária que permite a dança das cadeiras dos mandatos parlamentares, pelas informações que foi possível colher até agora, não alterou o quadro de nossas possibilidades. O PSB foi o partido que mais cresceu, com a filiação de Marcos Uchôa, comentarista esportivo; Bandeira Melo, ex-presidente do Flamengo; Lucélia Santos, atriz; e do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, que apresentou a notícia crime contra Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente.

 

Construir unidade e coesão partidária é fator determinante para o nosso êxito eleitoral. Para isso, a tarefa mais importante é mobilizar nossa militância para aumentar nossa inserção social. A quadra histórica necessita de um Partido unido, forte e influente para as lutas que estão por vir. Vamos à Luta!

 

Comissão Política Estadual do Partido Comunista do Brasil no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro, 04 de abril de 2022

 

Comissão Política Estadual do Partido Comunista do Brasil no Rio de Janeiro