Lívia Miranda, professora, doutoranda em Educação, mulher lésbica e feminista, foi eleita vereadora pelo PCdoB com 2.152 votos na cidade de Petrópolis.
Livia atua no setor da educação há bastante tempo, trabalha com estudantes com deficiência em Sala de Recursos Multifuncionais. A vereadora eleita tem uma forte militância na defesa dos direitos trabalhistas, das mulheres, e da comunidade LGBTQIA+.
Confira a entrevista da professora Lívia Miranda:
1. O que representa a eleição de uma professora comunista e militante pelos direitos da população LGBTQIA+ com 2.152 votos na cidade de Petrópolis?
Essa é uma grande conquista para a nossa cidade e para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). É a primeira vez que temos uma mulher, lésbica, comunista e servidora municipal da educação conquistando uma vaga no legislativo municipal. Além disso, na história da Câmara de Petrópolis essa é a primeira vez que teremos três mulheres legislando. Ou seja, é uma conquista e uma grande responsabilidade, pois estamos abrindo caminho para tantas outras meninas e mulheres participarem da vida política da cidade. É o momento de convocar toda a sociedade civil para participar desse processo e tomar para si a responsabilidade de conduzir o rumo da política. Essa é uma vitória da Federação Brasil da Esperança (FE-Brasil).
2. Como foi a campanha e quais os principais desafios enfrentados nesse processo eleitoral?
A campanha foi intensa e desafiadora. Nesse momento as cidades de todo Brasil se voltam para pensar o seu futuro e nós estivemos nas ruas desde o primeiro dia da campanha. Nossa militância e apoiadores não arredaram pé do local de diálogo e de apresentar esperança para Petrópolis. Os maiores desafios se dão no campo material e do acesso às mídias locais. Mesmo com a presença do Fundo Eleitoral, a disputa se dá de maneira muito desigual. Também é importante dizer que os canais de comunicação locais (e até mesmo nacionais) não dão destaque aos parlamentos municipais. Isso é um problema que precisamos enfrentar de forma muito objetiva, uma vez que, toda regulamentação e aprovação do executivo passa pela Câmara Municipal. É ela quem pode aprovar, incrementar ou restringir o orçamento municipal. Por essa razão fica evidente a necessidade de conhecermos melhor as pessoas, sua formação e as convicções que vão reger os parlamentos municipais.
3. Quais serão as prioridades e as principais pautas do seu futuro mandato?
Nós temos um compromisso profundo com a educação, com a inclusão, diversidade, cultura, mulheres, juventude e meio ambiente. Essas pautas em conjunto se transformam num vetor de mudança da sociedade. Por exemplo, é preciso falar da tarifa zero nos ônibus para garantirmos inclusão, geração de emprego e desenvolvimento da cidade. A vaga na creche pública, que é direito das crianças, precisa ser universalizada e, com isso, cumprir o que está previsto no Plano Nacional de Educação de 2014-2024. Não podemos seguir com uma cidade com um nível tão elevado de crimes de racismo, de violência contra a população LGBTQIAPN+ e contra as mulheres. Nós temos plena convicção de que é preciso uma aliança muito forte entre a sociedade civil, as entidades do movimento social e a Câmara Municipal (e a nossa mandata tem total compromisso) para pressionarmos o Executivo Municipal para fazer entregas que enfrentem as desigualdades, o desemprego e a violência.