É urgente que se retome as obras paradas no setor e o retorno da política de conteúdo local, incentivando a produção nos nossos estaleiros e voltando a multiplicar postos de trabalhos diretos e indiretos ao setor naval, que é estratégico e necessita de políticas de Estado para que garantam da mão de obra para que o segmento siga pujante na geração de empregos, sendo um dos pilares.
Estudos do Dieese provam que a cada R$ 1 bilhão de investimentos da Petrobras no setor naval brasileiro, mais de 25 mil empregos diretos e indiretos são gerados e que cada 1% de conteúdo local na construção offshore gera mais de três mil empregos.
Investir em política de conteúdo local é investir em empregos para o povo brasileiro. Durante o último governo, a política de conteúdo local foi ignorada pela Petrobras e demais petroleiras, ceifando postos de trabalho e não ajudando no desenvolvimento nacional. A chamada política de Risco de Integridade da Petrobras se tornou, na prática, um instrumento de exclusão das empresas brasileiras.
A Petrobras é uma empresa estratégica para o setor naval. É preciso superar a gestão antinacional que vigorou nos últimos anos. Cabe ao governo Lula dar um fim nessa política, colocar a Petrobras novamente a serviço do povo brasileiro e retomar verdadeiramente a política de conteúdo local.
Além de retomar a política de conteúdo local, precisamos rever pontos do projeto BR do Mar, que deve servir para potencializar nossa indústria e economia, o que não ocorre pelos prejuízos à classe trabalhadora. O BR do Mar precisa garantir a participação de 2/3 de trabalhadores marítimos brasileiros nas tripulações, essa medida é essencial para fortalecer nossa marinha mercante.
Nosso estado já perdeu muito com o desmonte do setor naval e os ataques à engenharia nacional. Os frutos dessa política mantida pelos últimos governos estão aí: diminuição dos salários, queda no consumo e na arrecadação dos últimos anos (reduzindo a capacidade de investimentos), superendividamento familiar e um enorme contingente de obras paradas que precisam ser retomadas.
Paulo Sérgio Farias é presidente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB) – Rio de Janeiro