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A greve de mais de cem trabalhadores da Nuclep entrou em seu 9° dia. A empresa é especializada na produção de maquinário para os setores nuclear, óleo e gás, energia e defesa. A manifestação de solidariedade à greve, no dia 9 de junho, teve a presença ostensiva da polícia militar. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, “ mais um ato antissindical promovido pela empresa”.

A empresa, além de judicializar a questão no Tribunal Regional do Trabalho, 2ª instância, provocou afastamento do presidente do sindicato.

De acordo com o Sindicato, a greve é pela suspensão da redução de até 70% nos salários, imposta a 97 servidores de carreira da empresa. A medida foi deliberada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após auditoria interna realizada em 2018. O TCU aponta supostas irregularidades na progressão das carreiras desses servidores desde 1993. Segundo o sindicato, essas progressões de carreira foram aprovadas pelo jurídico da companhia, e chancelados pelos ministérios da Ciência e Tecnologia e do Planejamento.

O sindicato denunciou que a empresa vem ameaçando funcionários terceirizados de demissão, caso não desistam da greve em apoio aos servidores da estatal, até porque muitos desses trabalhadores terceirizados se encontram com salários atrasados, falta de recolhimento de FGTS, dentre outros diretos trabalhistas garantidos pela CLT.

Os sindicalistas pediram que a Nuclep se comprometesse a não reduzir o salário dos trabalhadores até que uma ação que tramita na Justiça sobre o caso transite em julgado. A Nuclep, no entanto, manteve a redução levando ao limite a situação dos profissionais qualificados que se dedicam a obras estratégicas.

A empresa, além de judicializar a questão no Tribunal Regional do Trabalho, 2ª instância, provocou afastamento do presidente eleito pela categoria. O Tribunal determinou a ilegalidade da greve e estipulou multa de R$ 200 mil reais ao sindicato e mais R$ 10 mil para cada membro da comissão de negociação eleita pelos trabalhadores da empresa e, por extensão, à Associação dos Empregados da Nuclep.

“A categoria está unida e forte na luta. Apesar de toda pressão que a direção da empresa vem fazendo. Queremos negociar e resolver essa questão, apesar de toda a intransigência e práticas antissindicais que estamos sofrendo”, declarou Jesus Cardoso, presidente do Sindimetal-Rio.

Para o presidente da CTB-RJ, Paulo Farias, “há tempos decisões judiciais impõem multas fora da realidade das entidades de classe – e da própria classe trabalhadora – para limitar e, até mesmo, inviabilizar o direito de greve. Nós, da CTB Rio de Janeiro, repudiamos tal prática e nos colocamos ao lado do companheiro Jesus Cardoso e de toda diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos para resistir a essa arbitrariedade”.

 

*Site Hora do Povo