24 corpos. Vila Cruzeiro, na Penha. Um dia antes de completar um ano da operação mais letal da cidade, que produziu 28 mortes no Jacarezinho, as forças de segurança comandadas por Cláudio Castro voltam realizar operação, desta vez alegando ação de “inteligência”.
Como afirmou o ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Guilherme Pimentel, “Essas operações policiais em favelas colocam em risco a vida de toda a população, impedem o funcionamento de serviços públicos e do comércio, inviabilizam a saída de milhares de pessoas para trabalhar e estudar, gastam rios de dinheiro e não resolvem absolutamente nenhum problema de segurança”.
Com justificativa incipiente, desrespeito a medida do Supremo Tribunal Federal (STF) e o velho discurso de que os alvejados eram “criminosos”, a polícia do governador Cláudio Castro segue implementando uma política de extermínio dispendiosa e pouco efetiva. O resultado é uma população aterrorizada e nenhum avanço concreto no combate ao tráfico.
O desmantelamento de facções criminosas deve ser feito com uso de inteligência de fato, não com ações que matam dezenas de pessoas. Embora já tenha sido aprovado o uso de câmeras nos uniformes dos agentes, medida que já se provou eficaz na redução de letalidade em outros estados, o governador demora a implementá-la; mais um elemento de uma política de segurança pública ineficiente e ineficaz no estado do Rio de Janeiro.
Operações policiais devem ser ações com alto padrão de disciplina operacional tática exatamente para mostrar que fazer polícia é diferente de produzir opressão, pois a população fluminense não suporta mais conviver com o extermínio da população negra e periférica como política de Estado.
Por uma política de segurança com valorização profissional, planejamento, inteligência e eficiência!
Não ao extermínio da população negra e periférica!
Fora Cláudio Castro!
João Batista Lemos
Presidente do PCdoB-RJ