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O Partido Comunista do Brasil – Rio de Janeiro acabou de passar uma série de Conferências Municipais.

Em diversos municípios de nosso Estado, os Comunistas e as Comunistas, organizados em suas bases, debateram as teses do Congresso do PCdoB, debateram as questões de suas regiões e elegeram novas direções para os Comitês Municipais.

A Comunicação do PCdoB Estadual, em virtude disso, realizou entrevistas com alguns Presidentes Eleitos para Comitês Municipais do Estado do Rio de Janeiro.

O entrevistado de hoje é Daniel Iliescu, Presidente do PCdoB de Petrópolis.

Segue, abaixo, a entrevista.

PCdoB-RJ: O Brasil vive um momento dramático. Desemprego elevado, inflação descontrolada, ameaças à democracia, entre diversos problemas que desafiam o PCdoB e os Comunistas. Como você vê o atual momento vivido pelo povo brasileiro e qual o papel dos comunistas nesse cenário?

 

 

Daniel Iliescu: O povo brasileiro vive um tempo de angústia e dor, mas também vive a indignação com tantas injustiças e a esperança de dias melhores. Nosso povo não desiste nunca. Sofremos, mas continuamos lutando e precisamos, enquanto povo, aprender com nossos erros. O papel dos comunistas, enquanto parcela de consciência avançada deste povo, é propagar entre nossa gente mensagens de solidariedade e de força, de união e de justiça, de um projeto de país, de estados, de cidades, de sociedades viáveis, mais justos e desenvolvidos para todos. E dialogar muito, ouvir muito, entender melhor para também se fazer entender melhor, e contribuir mais para o fortalecimento das ideias mais avançadas, dos valores mais generosos, do senso crítico aguçado e da autonomia intelectual da população.

 

 

PCdoB-RJ: No plano estadual, muitos problemas se repetem. Qual a sua avaliação do governo de Claudio Castro e qual o papel dos comunistas para colocar o Rio de Janeiro de volta no caminho do emprego, do desenvolvimento e da redução das desigualdades?

 

 

Daniel Iliescu: O governo Cláudio Castro é uma expressão tosca do bolsonarismo que foi chocado no Rio de Janeiro. Um vice desconhecido de um ex-governador desconhecido até ser eleito e depois impedido, que tem como grandes capitais políticos seu alinhamento ao presidente e o controle da máquina estadual. O governo estadual não tem conseguido enfrentar junto aos municípios o desemprego e o empobrecimento da população e não tem projeto de desenvolvimento que supere a crise fiscal e apresente um caminho de recuperação para o estado. Nosso papel é fomentar uma unidade ampla, capaz de conquistar maioria na sociedade fluminense em torno de uma plataforma democrática de recuperação e reorientação do estado do Rio, com crescimento econômico, geração e qualificação de empregos, valorização do trabalho e dos salários, promoção de direitos, redução das desigualdades sociais e regionais, defesa ambiental, investimentos públicos em educação, saúde, ciência, cultura, esporte, moradia, segurança, transporte, dentre outros.

 

 

PCdoB-RJ: O  PCdoB Petrópolis acaba de sair de uma Conferência Municipal que lhe reconduziu à Presidência do Comitê Municipal. Quais as perspectivas e desafios do novo comitê para o fortalecimento do Partido na cidade? Como os comunistas avaliam a atual gestão da Prefeitura?

 

 

Daniel Iliescu: O PCdoB tem sido corajoso em Petrópolis e colhido progressivamente os frutos de sua construção política honesta e clara. Lançou a primeira chapa de mulheres da história do Município à Prefeitura, com Lívia Miranda, ao lado do PT de Luciana Baur. Após oito décadas, desde os anos 1940 em que tivemos o camarada Iêdo Fiúza prefeito da cidade, nunca mais havíamos lançado candidatura majoritária. O desempenho de nossa candidatura obteve grande destaque, única mulher frente a outros 13 homens, foi a candidatura que mais teve votos válidos da esquerda petropolitana em 2020. Ao lado disto, a experiência adquirida com a Chapa dos Comuns e a proposta de mandato compartilhado na Câmara, que não logrou êxito mas plantou sementes que à frente brotarão, e a ação permanente da militância do PCdoB nas lutas sociais e nos territórios neste último período nos dão base para planejar nosso crescimento e nossa contribuição à reconquista de um projeto avançado de cidade para Petrópolis. A atual gestão é um desgoverno é o PCdoB caracteriza a atual situação vivida no município como de “suspensão democrática”. O resultado eleitoral de 2020 não foi confirmado e o prefeito eleito não foi empossado. Assumiu com 40% dos votos da Câmara o vereador Hingo Hammes, eleito pelo campo derrotado na eleição majoritária, perpetuando no governo o projeto rejeitado pelo povo nas urnas. O governo interino montou um loteamento parlamentar do governo envolvendo forças fisiológicas da direita à esquerda, cujo resultado é a falta de projeto e a incompetência da gestão em apoiar a população enfrentando a covid e o desemprego com políticas públicas, estímulos econômicos e medidas que garantam da segurança alimentar ao apoio ao micro e pequeno negócio.

 

PCdoB-RJ: Que mensagem você envia para a militância comunista nesse momento de início de ciclo da nova direção com tantos desafios pela frente?

 

 

Daniel Iliescu: A militância é a alma do Partido Comunista do Brasil. A militância é o compromisso de vida com o destino da nossa gente e da nossa Pátria, nossa reafirmação diária da perspectiva de uma sociedade humana mais justa e desenvolvida em todos os sentidos e nossa tradução deste sonho para o campo da realidade, para a prática, para a luta política e de ideias. As pessoas generosas e críticas que se dispõem a contribuir com seu tempo, sua energia, seus talentos e suas emoções são nosso maior tesouro, é preciso encontrar mais e lapidar mais militantes comprometidos em fazer avançar nossa causa histórica e a saga centenária do Partido. Nosso Comitê Municipal, que leva no nome a homenagem a Jana Moroni, jovem petropolitana guerrilheira do Araguaia, está composto por 23 nomes: há professores e professoras, enfermeiro, costureira, pedreiro, engenheiro, médico veterinário, operadores de caixa, eletricitários, assistentes sociais, comerciários e microcomerciantes, lideranças de todos os distritos de Petrópolis, de pastora evangélica a liderança espírita, pessoas da luta LGBTIA+ e dos movimentos ambientalista e do pequeno agricultor, uma variedade de dirigentes comunistas, alguns veteranos outros novatos, com grande proporção de mulheres e de pretos e pretas. Lutaremos para enraizar mais em nossas comunidades e categorias as ideias e o projeto de sociedade, de cidade e de país dos comunistas. E para aglutinar o pensamento avançado e os setores democráticos na construção de um Projeto de Desenvolvimento inclusivo, democrático, justo, ousado e autóctone que situe o povo no centro da política e recoloque Petrópolis na história do Brasil.

 

 

PCdoB-RJ: E para o povo de Petrópolis, que mensagem o PCdoB pode enviar aos trabalhadores e trabalhadoras? Porque os trabalhadores e as trabalhadoras devem se filiar ao PCdoB em Petrópolis?

 

 

Daniel Iliescu: A mesma mensagem. Cada trabalhadora e trabalhador de Petrópolis pode e precisa pensar criticamente sobre sua vida e ajudar as coisas a melhorarem para sua comunidade, categoria, cidade ou país. Entender que a política define as condições de vida ou de sobrevivência e que no atual momento é preciso fortalecer as posições que defendem a Vida contra o vírus, a violência e a fome; a democracia contra o autoritarismo e o fascismo; os empregos, os salários e os direitos contra o neoliberalismo, a desregulação e as desigualdades; a independência e soberania do Brasil contra o entreguismo e as privatizações, os interesses do povo e da classe trabalhadora contra a corrupção e a concentração de riquezas. O PCdoB é um partido aberto e democrático, completará 100 anos, enfrentou ditaduras, aprovou leis em defesa da liberdade religiosa, da vida das mulheres, do investimento em educação e saúde, da soberania sobre o petróleo, do voto da juventude, dentre tantas e tantas. O próximo será desafiador, o ano do Centenário do PCdoB, do bicentenário da Independência do Brasil. Que mais filhos e filhas da nossa terra venham se somar às justas lutas e construir por aqui novos caminhos de esperança e justiça.