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O Partido Comunista do Brasil – Rio de Janeiro acabou de passar uma série de Conferências Municipais.

Em diversos municípios de nosso Estado, os Comunistas e as Comunistas, organizados em suas bases, debateram as teses do Congresso do PCdoB, debateram as questões de suas regiões e elegeram novas direções para os Comitês Municipais.

A Comunicação do PCdoB Estadual, em virtude disso, inicia hoje, uma série de entrevistas com os Presidentes Eleitos para alguns Comitês Municipais do Estado do Rio de Janeiro.

Nossa primeira entrevista é com Alan Novais, Presidente do Comitê Municipal de Maricá.

Segue, abaixo, a entrevista.

 

 

PCdoB-RJ: O Brasil vive um momento dramático. Desemprego elevado, inflação descontrolada, ameaças à democracia, entre diversos problemas que desafiam o PCdoB e os Comunistas. Como você o atual momento vivido pelo povo brasileiro e qual o papel dos comunistas nesse cenário?

Alan Novais: Para entender o que acontece hoje, precisamos voltar para o ano de 2018. Quando foi anunciado o resultado das eleições presidenciais, o sentimento na esquerda era de completa consternação. É importante observar alguns fatores que sinalizavam um perigo iminente: o golpe contra a presidenta Dilma completava dois anos, com índices crescentes de desemprego e existia uma movimentação acelerada no congresso para arrancar direitos dos trabalhadores. A confiança na política estava estremecida, o que foi terreno fértil para a propagação das fake news, além da “facada”, que gerou um volume de mídia espontânea e colocou o então candidato Jair Messias em posição privilegiada. A gente sabia, desde o começo da campanha daquele ano, que Bolsonaro representava o retrocesso e não tinha um programa de governo para resgatar os tempos de crescimento econômico, que permitia ao pobre figurar como importante agente de consumo. Hoje, infelizmente, a gente sente na pele o peso de um governo que não respeita o brasileiro, que faz piada em cima de centenas de milhares de mortes, que empurra o país para o abismo sem a menor cerimônia. Estamos de volta ao mapa da fome e a luta é por sobrevivência. O Brasil, hoje, mais parece um ônibus lotado, daqueles cheios de passageiros em pé, sem freio, descendo uma ladeira e com um motorista que sequer sabe dirigir. O resultado será desastroso.

Nós, comunistas, assumimos um importante papel diante de tamanho descaso: o de lutar constantemente contra essa força que vem para destruir a vida dos brasileiros, além de ocupar espaços que deveriam ser do Estado, mobilizando ações de solidariedade para mitigar os impactos gerados pelo desgoverno Bolsonaro. Temos uma bancada atuante no Congresso, incansável na missão de garantir nossos direitos como cidadãos.

PCdoB-RJ: No plano estadual, muitos problemas se repetem. Qual a sua avaliação do governo de Claudio Castro e qual o papel dos comunistas para colocar o Rio de Janeiro de volta no caminho do emprego, do desenvolvimento e da redução das desigualdades?

Alan Novais:  Aqui no Rio, a gente observa uma situação um tanto desfavorável para o povo fluminense. Após toda crise enfrentada enquanto Witzel estava no poder, a gente ganha de brinde um governador que parece estar em campanha. As recentes visitas aos principais municípios da região metropolitana sinalizam um movimento típico de preparar terreno para o ano que vem. É preciso entender que os índices de violência continuam alarmantes, com atenção especial à política de matança, amplamente defendida pelo Witzel, que resulta em assassinato de jovens negros. Outro fator preocupante no país inteiro e que ganha destaque aqui no Rio é a uberização; trabalhadores informais que encontram nos aplicativos de entrega a única saída para buscar renda. É preciso implantar políticas que atraiam indústrias para o Rio de Janeiro e, assim, possibilitar um caminho de desenvolvimento.

 

PCdoB-RJ: O PCdoB Maricá acaba de sair de uma Conferência Municipal vitoriosa. Quais as perspectivas do novo comitê municipal para o fortalecimento do Partido na cidade? Como os comunistas avaliam a atual gestão da Prefeitura?

Alan Novais:  Estamos muito orgulhosos de participar da construção do PCdoB aqui em Maricá e contemplar esse crescimento ao longo dos anos. Isso é fruto de muito trabalho dos dirigentes e militantes aqui do comitê. Temos camaradas comprometidos em contribuir para uma cidade melhor e isso reflete no desenvolvimento do partido. Apoiar a reeleição do prefeito Fabiano Horta foi uma decisão muito acertada porque o centro dos programas desenvolvidos na cidade são as pessoas. Maricá tem sido referência em gestão e isso só é possível porque existe força de vontade e determinação para implantar políticas públicas que fazem diferença na vida dos maricaenses. Programas como Chegou a Sua Vez, Mumbuca, Passaporte Universitário, PAT (Programa de Amparo ao Trabalhor) se destacam como iniciativa de transformar a vida da população, dando dignidade e sentido para essas pessoas. Temos, hoje, em Maricá a melhor utilização dos recursos públicos em uma cidade do país.

PCdoB-RJ: Que mensagem você envia para a militância comunista nesse momento de início de ciclo da nova direção com tantos desafios pela frente?

Alan Novais:  Existe uma chama aqui dentro que é o motivo pelo qual escolhemos ser comunistas. Valorização da vida, combate à desigualdade, luta contra o racismo, a equidade de gênero, os direitos básicos e tantas outras razões fazem de nós incansáveis nessa trajetória rumo ao socialismo. O sentimento de coletividade e de que nunca estaremos sozinhos é o que nos mantém firmes na luta. Tenho certeza de que escreveremos uma história incrível e cheia de legados.

PCdoB-RJ: E para o povo de Maricá, que mensagem o PCdoB pode enviar aos trabalhadores e trabalhadoras? Por que os trabalhadores e as trabalhadoras devem se filiar ao PCdoB em Maricá?

Alan Novais:  A luta por melhores condições de trabalho passa, antes, pela consciência de classe. É o que nos faz entender nosso papel nessa estrutura chamada capitalismo. Nós queremos que os trabalhadores tenham dignidade, desfrutem tempo de qualidade com suas famílias, recebam um salário justo e tenham acesso aos serviços básicos de excelência. Queremos que seus filhos estudem em boas escolas e tenham acesso ao ensino superior. Essas e tantas outras lutas fazem parte da história do PCdoB. E toda transformação na sociedade só acontece através da política. Viver é um ato político. Então é importante que as pessoas leiam e busquem informações sobre a importância de se organizar, seja através do partido ou dos movimentos sociais, para romper com a inércia e buscar um lugar melhor para todos.