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Haroldo iniciou a sua militância na Juventude Universitária Católica (JUC) no movimento estudantil na Universidade Federal da Bahia em 1959. Foi um dos fundadores da Ação Popular e entusiasta da incorpodação dessa organiazção ao Partido Comunista do Brasil. Por causa de perseguição da ditadura militar, perdeu o seu emprego de engenheiro na General Eletric e na Cia de Eletrecidade da Bahia. Já na clandestinidade, foi trabalhador nas fazendas de cacau no sul da Bahia e atuou também como trabalhador ambulante. Sempre dedicado as tarefas partidárias, foi preso durante a chacina da Lapa em 1976. Libertado em 1979 por força da Anistia, voltou intensamente à atividade política Em 1981 foi preso novamente por incitar “quebra-quebra” nos ônibus durante as revoltas pelo aumento de preço da passagem em Salvador. Foi eleito deputado federal na Bahia e, durante os governos Lula, foi presidente da Agência Nacional de Petróleo.

A trajetória de vida de Haroldo Lima ilustra uma vida dedicada ao combate às desigualdades, à ditadura e a construção do Socialismo no Brasil. É com grande sentimento que nos despedimos desse grande quadro comunista, referência para muitas gerações, nesse momento tão duro aos brasileiros. Inevitavelmente, no dia de hoje, chegaremos a 300 mil vítimas pela Covid-19. São centenas de milhares de pessoas que não puderam se despedir de seus familiares, que não puderam dar o seu último abraço, o seu último adeus.

“E aí baixinho, me conta sobre o seu trabalho na fábrica, na Pça Buenos Aires em Higionópolis em SP,?”  Foi assim que me orientou, na segunda metade da década de 70,  esse dirigente com um otimismo que lhe era peculiar. Quando participei da minha primeira reunião do Comitê Central, já em 80, ouvi Haroldo se dirigindo a camaradas como “baixinho” e perguntei a ele: Haroldo lembra quando fez um contato comigo, na Pça Bueno Aires? Respondeu: é mesmo baixinho. Assim foi o meu primeiro contato com este ser humano de uma inteligência revolucionária extraordinária. Dor com revolta, Revolta a este genocida. Dor a esta perda, mas ao mesmo tempo a certeza que Haroldo por sua dedicação a vida toda pela causa da revolução social, vai continuar viva em nossas mentes e corações, vai nos inspirar a todos nós, e a esta nova linda geração,

A luta e memória de Haroldo ecoa em nossos corações e serve como um combustível para seguir lutando e, como o seu exemplo, dedicar uma vida a causa revolucionária brasileira.

Nossas condolências aos familiares, amigos e camaradas baianos.

Convidamos a todos(as) a fazerem parte dessa vigília virtual hoje às 18:30.

Haroldo Lima, presente!

João Batista Lemos

Presidente Estadual do PCdoB-RJ.