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O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) lançou Alexandre Habibe como candidato a prefeito do município.

O comunista foi entrevistado pelo Portal PCdoB-RJ e falou detalhadamente sobre os problemas e desafios a serem enfrentados em Volta Redonda.

Alexandre Habibe também analisou a conjuntura política da cidade e apresentou propostas para Volta Redonda.

Confira a entrevista com o candidato do PCdoB à prefeitura de Volta Redonda, Alexandre Habibe:

1) Qual sua avaliação da atual gestão da Prefeitura da sua cidade?

As eleições de 2016 foram muito importantes. Em Volta Redonda o que se observou foi uma vontade muito clara de transformar a forma de fazer política na cidade. Na verdade, as pessoas estavam, e estão, muito desiludidas com seus representantes. Pior até, as pessoas começam a se decepcionar com as instituições democráticas e isso é muito ruim pra todos nós.

Pensando nisso, em 2016, o processo eleitoral premiou uma série de pessoas que se apresentaram com discursos e atitudes que fizeram o eleitor acreditar que estava decidindo por uma transformação na estrutura dos centros decisórios. O que se viu, no entanto, não foi exatamente isso. Mesmo que os eleitos em Volta Redonda tivessem um pensamento inicial de imprimir uma nova maneira de conduzir o mandato público o que se verificou de fato é uma imensa frustração de expectativas.

Todos parecem muito cansados e ansiosos por algo que seja, de verdade, transformador. As pessoas que militam nos partidos políticos falam na necessidade de reinventar a sua atuação; pesquisadores e ativistas sociais falam sobre a urgência em se criar meios do cidadão assumir mais protagonismo na vida pública e na condução da gestão pública; e, claro, mais importante, as pessoas em geral querem um basta nas mentiras, na incompetência, nos desmandos, na mesmice.

Então, o discurso de mudança que não conseguiu se efetivar como transformação prática na forma de gerir a cidade, não cola mais. As pessoas estão mais atentas e não é suficiente apenas colar um rótulo de novo em uma proposta que não tem a capacidade de transformar a gestão pública. O que as pessoas nos dizem querer e que não viram acontecer ainda: mais transparência, mais diálogo com os diversos setores da sociedade, e, sobretudo, muito mais cuidado e responsabilidade com os recursos públicos, que ao fio e ao cabo, é o dinheiro do povo da cidade.

Por isso nossa candidatura é muito diferente das demais. Respeitamos cada uma das opções colocadas, mas, nós dialogamos e seguimos conversando por toda cidade e temos muita clareza que apresentamos uma solução honesta e afinada com essa ansiedade das pessoas em Volta Redonda. Nossa candidatura pensa muito fortemente no cuidado com o dinheiro e a força do povo. Por isso mesmo insistimos tanto em defender uma gestão totalmente austera das contas municipais. Encontrar o equilíbrio entre nossa capacidade de receitas e nossas despesas é o único caminho para abrirmos espaço para conseguir investir nas coisas que são fundamentais para as pessoas.

Por isso somos uma candidatura diferente, nascemos do diálogo direto com as pessoas e com as organizações populares e sociais. Defendemos muito rigor fiscal, cuidado com o dinheiro do povo, para que possamos fazer as duas coisas essenciais:

  1. mitigar os nossos problemas urgentes;
  2. preparar a cidade para um novo modelo de desenvolvimento econômico e social, que seja capaz de gerar os empregos desejados e o crescimento, que afinal, é a única solução real para Volta Redonda superar seus desafios.

2) Por qual razão decidiu se candidatar ao cargo de Prefeito?

A decisão coletiva de lançar uma candidatura aconteceu, primeiro, de muita conversa dentro do nosso partido e também da nossa militância junto às lideranças populares e sociais em Volta Redonda. A síntese dessas conversas é que precisamos construir um projeto de futuro com toda cidade, para dizer que há sim, ESPERANÇA para todos nós!

Nosso país e o mundo passam por momentos difíceis. A crise sanitária de escala mundial espalha fome e desemprego. É muito importante deixar de lado as vontades pessoais, as vaidades, os interesses de grupo e trabalhar e pelo direito à vida, por condições mais dignas de convivência, por mais solidariedade e pela efetivação dos direitos de quem vive em Volta Redonda.

Não há saída individual para a crise sob a qual vivemos, só haverá futuro se pensarmos o comum, a comunidade, a comunhão, o comunitário. Se percebermos que o único futuro eticamente aceitável é aquele no qual todos e todas têm um lugar. Acreditamos na empatia e na solidariedade e lutamos por um futuro melhor. Só nos interessa um futuro, no qual ninguém fique para trás. Essa candidatura que tenho orgulho em servir está comprometida, então, com a difícil tarefa de fazer de Volta Redonda #UmaCidadeParaTodos!

Escolhemos Alexandre Lucas para ser vice dentro dessa perspectiva. A nossa candidatura reúne essa vontade de fazer o bem, de pensarmos a comunidade e de trabalharmos sempre juntos. É mais do que uma candidatura de algumas ideias, é uma candidatura que pretende reunir todas as boas competências e colocá-las a serviço da nossa comunidade. Por isso dialogamos muito com as frentes mais progressistas da cidade. Reunimos muitos apoios e até tentamos alianças com lideranças que poderiam somar com esse nosso projeto. Daí surgiu o nome do Alexandre Lucas para compor essa candidatura. O Lucas tem competências fundamentais: é professor, então é sensível ao nosso maior desafio que é promover capacitação e oportunidade de aprendizado; é jornalista, tem a habilidade de saber se expressar com as pessoas e um compromisso ético com os fatos e com a verdade; tem experiência administrativa, já coordenou a empresa de comunicação do parlamento de Florianópolis. Mas, o principal é a sua história política em Volta Redonda. Foi liderança estudantil, tem muita experiência partidária, é bem recebido por praticamente todas as lideranças políticas de Volta Redonda.

O Alexandre Lucas já desempenha um papel muito importante nessa nossa construção coletiva. Ele dialoga com todos os campos políticos e consegue sensibilizar as pessoas para esse propósito de reunir gente e ideias que possam fazer Volta Redonda se tornar uma cidade muito mais justa e cheia de novas oportunidades.

3) Qual o maior desafio que terá que enfrentar se eleito Prefeito?

Gerar empregos e arrumar as finanças do município. Precisamos gerar um novo modelo de desenvolvimento, como montar o cinturão metalmecânico com ênfase tecnológica, um parque tecnológico para assentar empresas, voltadas para o desenvolvimento e novos produtos.

Com a criação de fundos municipais de apoio a tecnologia, e mais uma reforma fiscal tributária que garanta a atração dessas empresas. O que a gente está falando é de emprego e sustentabilidade. Sustentabilidade se dá pela população empregada, e essa sociedade só vai estar empregada se você tiver um cinturão bem acomodado nesse novo cenário de prática e modelo.
Vamos dar atenção nesse sentido também a população que está precisando de ajuda imediata. 20% da população da cidade não tem dinheiro sequer para andar de ônibus, sabemos que esse índice vai aumentar em 2021, porque o PIB esse ano capotou, redução de 9%, então vamos instituir o BILHETE SOCIAL, para quem está desempregado poder ter 20 passagens por mês, para poder procurar emprego, ir ao médico, fazer um curso de qualificação.

4) Quais são as suas propostas para as áreas de Saúde e Educação, temas que sempre são importantes para os municípios e para a vida das pessoas?

a) Quanto a saúde.
Ninguém vai resolver os dramáticos problemas na gestão das unidades de saúde apostando no pior. Também não é com ingenuidade que se constroem saídas éticas e eficazes para os serviços de saúde. Por isso, o ponto que gostamos de dialogar é menos a predileção por um modelo de gestão ou outro, mas, discutir quais as formas mais eficientes de cuidar das pessoas. O que nossa candidatura está preocupada é garantir que as pessoas tenham os melhores serviços possíveis com o máximo de respeito com o dinheiro do povo de Volta Redonda.

A nossa preocupação é debater com transparência elementos que são centrais: porque não investir esses recursos diretamente nos hospitais? Nós temos uma secretaria de saúde. É melhor comprar mais ou comprar menos? O que as nossas conversas com as pessoas em Volta Redonda têm deixado bem claro é que não dá pra pagar mais para a O.S. e ter o mesmo serviço, ou até pior. Nosso compromisso é com a eficiência e a máxima transparência na gestão pública, nosso foco é a qualidade dos serviços e o respeito ao dinheiro do povo. O remédio pra o mal que assola as relações entre gestores públicos e as organizações é transparência e cobrança de resultados. Nos cansamos de ver, a todo o momento, que as relações dos municípios, dos estados, com essas organizações, muitas vezes ultrapassam os limites da promiscuidade.
Quanto à falta de medicamentos e materiais essenciais para o uso hospitalar, e isso está ocorrendo em toda rede municipal, o que é inaceitável, não podemos permitir que as unidades de saúde fiquem tão sucateadas que falte o mínimo. O que temos que fazer é administrar os recursos públicos de uma nova maneira. Para conseguir os recursos que vão garantir mais dignidade nos serviços de saúde precisamos mudar a atenção no governo. Nesse momento duro, de forte pressão sobre as receitas municipais, é urgente novas formas de cuidar do dinheiro do povo de Volta Redonda. Controlar o custeio, melhorar a qualidade e a transparência das compras públicas e ser rigoroso quanto à qualidade e o cumprimento dos contratos. O saldo é conseguir fazer mais e melhor com os recursos disponíveis.

Então, o que deve ser feito: sai o gasto que pode ser adiado ou cortado; sai o gasto mal planejado; sai o gasto sem transparência; sai o gasto supérfluo. Entra o investimento nas coisas que vão garantir mais qualidade de vida e melhor cuidado com as pessoas.

b) Quanto a Educação
Vamos garantir a aplicação integral do Plano Nacional de Educação (PNE), que não é uma opção do gestor municipal, desde 2009 (EC no 59/2009) é uma obrigação constitucional, regulamentada pela LDB. As metas básicas (são 20 temas) previstas no PNE têm que ser objeto de atenção do gestor. Mais que isso, o PNE é uma bússola.

Desde 2014 (Lei 13.005/2014) as secretarias municipais tem o dever de elaborar seus respectivos planos municipais (PME), adequando as metas do PNE aos contextos municipais. O PME-VR para o decênio 2015-2024 está disciplinado pela Lei 5.345/2017. Mas, infelizmente a nossa educação municipal também é uma área que não vai bem. O mínimo, que é transparência, não existe. Também não existe articulação entre as metas (20 metas básicas) do PNE e a política municipal de educação. Falta também melhor gestão sobre os Projetos Pedagógicos de cada unidade escolar. Educação é uma daquelas áreas que é preciso usar com sabedoria o dinheiro público, mas, também é muito importante qualidade técnica para usar os instrumentos de gestão disponíveis a serviço da boa qualidade. O diagnóstico da nossa educação pública municipal não é bom. Os resultados do IDEB evidenciam que nossa rede de ensino não atingiu sequer as metas mínimas de qualidade. E essa defasagem, de acordo com os dados oficiais do INEP, não é de hoje.

Temos conversado muito com lideranças populares e educadores de Volta Redonda, todos reforçam a necessidade de melhorar a articulação entre escolas, educadores, famílias, empresas e organizações (como as universidades) da sociedade. Seja para mitigar as defasagens do presente como para projetarmos ações concretas que preparem para um futuro com educação mais inovadora, integral e eficiente. Chama atenção as demandas de investimentos na construção de mais creches em tempo integral para que as mães possam trabalhar e as nossas crianças tenham um espaço de desenvolvimento e acolhimento de qualidade. Nós defendemos também mais transparência na gestão das escolas. Mais participação de pais, alunos e trabalhadores na gestão das unidades escolares. Defendemos políticas de aproximação da comunidade com as escolas do bairro. Escola não é um prédio, Escola é um lugar de encontro, de aprendizado, de vida. A Escola tem muito a oferecer à comunidade e a comunidade tem muito que contribuir com a Escola. Defendemos uma educação para a vida: com mais grêmios estudantis; mais jornais feitos por estudantes e com a tutoria remunerada de professores; mais oficinas de teatro, vídeo, texto, ciências, oratória, direitos e deveres da cidadania, entre outras. Sempre articulando os saberes dos estudantes, as experiências dos professores e a capacidade de parcerias com empresas e universidades da cidade.

Por isso defendemos que a nossa candidatura reúne as melhores condições pra cuidar da educação. Outros candidatos já tiveram sua oportunidade e a qualidade não atingiu as metas necessárias. Sobretudo na área de educação, a nossa candidatura é mais qualificada que as demais e nós temos as condições de melhorar a qualidade da educação, sobretudo no duro momento de crise que vivemos e vamos ainda viver.

Outra questão emergencial é a falta de estrutura em muitas escolas é notável. São goteiras, paredes desgastadas, carteiras quebradas, ambientes sem refrigeração etc. Temos de garantir financiamento à altura dos desafios de nossa cidade, que possibilite o Ensino Público de qualidade, a escola que queremos construir tem financiamento, um currículo que colabora com a emancipação e formação de seres críticos e preparados para a vida, uma escola que prepara para o trabalho e que incentiva mentes inovadoras. Estamos atentos aos efeitos da pandemia de Covid-19 na educação. O isolamento social criou novas demandas para a comunidade escolar e a necessidade coletiva de reflexão sobre a importância de assegurar o direito à saúde, à vida e à educação.

A pandemia evidenciou as dificuldades enfrentadas pela escola pública, escancarando o atraso tecnológico e as desigualdades sociais e de infraestrutura entre as escolas, inclusive dentro da rede municipal de ensino. Portanto, é preciso investimentos em logística, criação de um grupo multidisciplinar (com professores, profissionais da saúde, assistência social, psicólogos, psicopedagogos) para acompanhar a evolução da crise, muito apoio à modernização tecnológica dos educadores e das escolas. Além disso, devemos construir, junto com a comunidade escolar, propostas concretas para que as atividades presenciais possam acontecer garantindo o direito à vida e à educação de qualidade para todos.

5) Qual será sua primeira medida como Prefeito?

Para fazer uma boa administração é preciso buscar formas de dar atenção aos problemas do município, em vez de fazer acordos políticos de olho em uma possível reeleição. Essa nova forma de administrar significa reduzir o custeio, que é a despesa que se tem simplesmente para fazer a “máquina” funcionar, e liberar recursos para investimento. Esse é o caminho para retomarmos os investimentos em Saúde.
Reforçar os investimentos e cuidar melhor da gestão são as duas primeiras providências. Mas, estamos vendo o quanto é fundamental fortalecer o SUS. Mesmo com todos os desafios têm sido a rede pública a grande fronteira de salvação das pessoas. Todos nós contamos com um esforço notável de seus trabalhadores, gestores e equipes que atuam com dificuldades de coordenação e grandes desafios para cumprir a sua missão constitucional da universalidade, integralidade e equidade. Mais do que nunca, lutar pelo SUS é lutar por saúde.

Exatamente por isso vamos fortalecer o SUS, cuidando das suas políticas. Vamos dialogar e apoiar o Conselho Municipal de Saúde: capacitar os conselheiros, incentivar a participação em eventos de saúde pública. Juntos podemos melhorar a qualidade dos serviços e ações em saúde, fortalecendo a atenção básica dotando-a de condições de realizar a prevenção e promoção da saúde. Valorizar os servidores da saúde, os Agentes Comunitários de Saúde, os Agentes de Combate a Endemias.

Na Saúde o foco é também trabalhar por uma cidade para todos, por isso temos que melhorar as políticas de saúde da mulher, da população negra e da comunidade LGBTQIA+. Com a pandemia também observamos o agravamento de vulnerabilidades sociais, por isso é crucial atenção à saúde da população em situação de rua e de outras populações em vulnerabilidade ou exclusão social, para garantir a proteção e o cuidado a que têm direito. Reforçar a Rede de Atenção Psicossocial. Juntar as pessoas e trabalhar para que a Saúde em Volta Redonda seja mais humanizada, mais efetiva, mais presente. Uma rede de proteção e cuidado das pessoas.

Vamos retomar o projeto das ciclovias que são almejadas por todos os ciclistas. Temos que começar esse processo, durante muito tempo os trabalhadores da CSN iam para o trabalho de bicicleta, não sei dizer exatamente onde esse hábito se perdeu, diminuiu, mas serão necessárias medidas que vão da educação plena, do corpo, da alimentação, dos bons hábitos, da saúde, para que possamos convencer a população e principalmente a juventude a sair do sedentarismo, soltar os smartfones e começar a fazer exercício e entender que a bike é um transporte também.

Nós temos de otimizar o transporte público, tornando-o mais eficiente. Nós vamos fazer o BRT LESTE x OESTE. O que isso significa. Vamos juntos com os prefeitos eleitos de Barra Mansa, Barra do Pirai e Pinheiral, criar primeiro a linha que sairá do Bairro California indo até a Vila Maria em Barra Mansa. Essa linha vai ser alimentada por linhas diretas de Pinheiral, Santa Cruz, Retiro, Região Leste de Barra Mansa, num sistema de bilhete único do BRT. Assim, com um preço justo que vamos tratar, diminuir o número de veículos particulares nas ruas, com menos engarrafamentos, menos poluição e mais qualidade de vida.
Outra forma é entender o Taxi e os app, como transporte auxiliar, como transporte complementar do modal rodoviário. Estamos vendo formas de tornar o taxi, que tem mais relação com a prefeitura, mais barato e acessível. Queremos também legalizar o serviço dos app que nesse momento não conseguem licença ou tirar o MEI, para operar.